segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

10 Vozes Masculinas do Rock

Como eu costumo dizer, só a música salva... E tô aqui, com uma taxa de humor no porão do fundo do poço, mas como sempre, ouvindo música. Então tive a idéia de uma nova lista.
Lembrando que não tô avaliando técnica vocal ou algo parecido, porque nem tenho gabarito para tal. Só estou listando minhas vozes preferidas...
Vejamos...

1 - JON ANDERSON (Yes) - Obviamente, a voz de anjo tem que vir em primeiro lugar. Sua voz é de uma estranheza, suavidade e peculiaridade nunca antes ouvida por estes dois ouvidos ensebados que vos escreve. Jon é a voz do Yes, e ouso dizer, a voz do rock progressivo em toda a sua essência. Muita beleza!
Para ouvir e sentir: And You And I (Yes)


2 - ROBERT PLANT (Led Zeppelin) - Elogiar a voz deste cara soa como chover no molhado, mas meu... Robert é phoda, e todos sabem disso. Sua afetação, seus agudos e principalmente, sua força ajudaram o Led a ser o que ainda é e sempre será. Uma figura mítica, lendária, (entre outras redundâncias)...
Para ouvir e sentir: You Shook Me (Led Zeppelin)




3 - MIKE PATTON (Faith No More, Mr. Bungle, Fantomas, Tomahawk, etc, etc, etc...) Mike faz parte da categoria "Formação de Caráter". Cresci admirando esta pessoa. Além de ser dotado de uma inquietação artística e uma agressividade extrema, a voz de Mike é realmente boa e versátil. Não me canso de suas loucuras (e quem conhece sabe que não são poucas).
Para ouvir e sentir: 101 North (Tomahawk)


4 - RONNIE VAN ZANT (Lynyrd Skynyrd) - o finado e já citado neste blog Ronnie possuia uma líndissima voz, temperada com influências do blues e grande emoção. Fico admirado quando assisto shows da banda quando ele ainda liderava. Muita sinceridade.
Para ouvir e sentir: Tuesday's Gone ou Lend A Helping Hand (não consigo me decidir)


5 - DEREK SHULMAN (Gentle Giant) - Ainda nem conheço a tragetória completa dos irmãos Shulman e sua banda prog Gentle Giant, mas tudo o que já ouvi já me faz sentir a obrigação de incluí-lo nesta lista. Além de letrista, e multi-instrumentista (multi mesmo!), Derek possui uma voz gostosa de se ouvir, que torna até as melodias mais complexas (complexas MESMO) em algo simples de se absorver.
Para ouvir e sentir: The Advent Of Panurge

6 - ROB HALFORD (Judas Priest) - Um dos grandes ícones do rock... Sabe aquela voz, que mesmo cantando Parabéns pra você é capaz de levantar milhares de vozes em coro para cantar junto? É ele. Grande influência para dezenas de outros vocalistas, mesmo sendo gay assumido num universo tão homofóbico com o do Heavy-Metal. O que evidencia ainda mais seu talento.
Para ouvir e sentir: Victim of Changes ou United (qualquer uma serve)


7 - ERIC BLOOM (Blue Öyster Cult) - A voz da já citada e tão injustamente esquecida banda Blue Öyster Cult. Eric é o retrato audiovisual do rock'n roll. Ponto.
Para ouvir e sentir: Astronomy (versão do disco Secret Treaties)






8 - BONO VOX (U2) - Meu querido Paul Hewson AKA Bono Vox dispensa apresentações, e assim como Mike Patton, entra na categoria "Formação de caráter". É interessante analisar as mudanças de sua voz com o passar dos anos. Eu o considero um grande compositor. Gosto muito de suas metáforas, principalmente quando fala de amor.
Para ouvir e sentir: The Unforgettable Fire e claro, Stay - Faraway, So Close.


9 - DON MCLEAN - Este cantor/compositor que pode ser classificado como... sei lá... country... folk... possui uma das vozes mais prazerosas de se ouvir de todo o planeta. Além de ser um grande compositor e grande influência para diversos artistas.
Para ouvir e sentir: American Pie (claro!), mas também tem Vincent e Castles In The Air (minha preferida).




10 - GREG LAKE (Emerson, Lake & Palmer e King Crimson) - Um artista de extrema relevância para o meu período preferido do rock: O ROCK PROGRESSIVO. Meus discos preferidos do King Crimson possuem sua voz e composição. Um estrela de brilho maior no céu do rock'n roll.
Para ouvir e sentir: The Endless Enigma (Emerson, Lake & Palmer) e Epitaph (King Crimson).




Quem ficou de fora, mas não deveria: Geddy Lee (Rush); Michale Graves (Misfits); James Taylor; Mark Stein (Vanilla Fudge); James Hetfield (Metallica); Brad Delp (Boston); Lino Vairetti (Osanna); Bruce Dickinson (Iron Maiden); Freddy Mercury (Queen); David Bowie; Steve Perry (Journey) ... ... ...

See ya, folkzzzz

domingo, 2 de janeiro de 2011

Antes do Amanhecer/Antes do Pôr-do-Sol

Ao som de Just in Time - Nina Simone


Acabei de rever Antes do Pôr-do-Sol, depois de muito tempo. Reassisti Antes do Amanhecer ainda nesta semana, ambos com a minha vó. Fazia tanto tempo que não assistia... 

Estes são dois filmes que devem ser vistos com uma certa frequência eu acho... porque colocam muita coisa em voga na minha mente. Coisas que esqueci e não deveria ter esquecido, e coisas que... sei lá.. .valem a pena repensar sobre uma nova ótica. 

Acho que existem pessoas que amam este filme pelo simples fato de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) serem realmente um casal perfeito. Mas o que não deve ser esquecido, é que os dois filmes se passam em exatamente dois dias... e o segundo dia/filme acontece nove anos depois. Logo, eles não são, de maneira alguma, um casal perfeito... pois não existe relacionamento.

Ou talvez seja exatamente por não terem ficados juntos que eles sejam um casal perfeito. Who knows?


Ao assistir Antes do Amanhecer fiquei maravilhado pela simplicidade de execução... mas extrema complexidade de roteiro... afinal, os dois personagens conversam o tempo inteiro e vão se apaixonando a medida que as horas vão passando e vamos conhecendo as lindas vielas e praças de Viena. Acho que sentem uma sensação mútua de que são os preenchimentos necessários para as suas vidas e suas cabeças que são extremamente complicadas (e qual não é?). Mas o envolvimento dos dois é algo realmente apaixonante, porque eles tem pouco tempo para ficarem juntos e sabem disso, então, não têm medo de serem eles mesmos, sem as máscaras que geralmente colocamos ao conhecer alguém...

Vai me dizer que você nunca quis mostrar o seu melhor ao conhecer alguém, e teve medo que a outra pessoa conhecesse suas piores falhas antes de conquistá-la?
Com eles isso não acontece, mas talvez... ou melhor, acredito que seja exatamente pelo fato de que o tempo dos dois é muito curto, e ambos estão lá, em Viena para curtir cada momento como se fosse o último, entram num acordo de não colocarem máscaras.

Os dois personagens são muito incríveis em suas diferenças, que não são poucas, seja na maneira de encarar a vida, fatos, pessoas e... relacionamentos... o que acaba sendo uma analogia para a vida, e para os relacionamentos da vida real. 

Celine, em certo momento diz algo mais ou menos como... "eu seria capaz de amar uma pessoa por inteiro, tanto as qualidades quanto os defeitos, e este, pra mim é o verdadeiro amor...". Me desculpem se esta descrição não é literal, mas ela quis dizer algo assim, e isso me marcou bastante.

Na teoria, tudo é lindo... mas a prática dos relacionamentos é bem mais complexa do que isto. E os medos de Celine com relacionamentos e os traumas causados, por ter se entregado gratuitamente a pessoas que não souberam identificar tal ato (como culpá-los?) fizeram com que eu me identificasse com ela. Sua maneira de encarar a vida, sempre muito analiticamente, mas também, tentando resgatar uma certa inocência de criança que faz com que os fatos da vida sejam sempre memoráveis, e que tudo possa ser encarado como uma experiência marcante... Ela é realmente apaixonante. Não sei se é exatamente por me achar parecido com ela, ou por ser exatamente o oposto.

No caso de Jesse, me identifico muito com ele a cada vez que olha pra Celine e vê coisas que, nunca deu devida atenção... Sua paixão crescente pela espetacular pessoa que ela é, e a maneira com que ela o faz perceber detalhes pequenos, mas tão importantes e a satisfação explícita em seu olhar a cada vez que isso acontece... bom, são nestes momentos em que me identifico muito com ele. Apesar de sua frivolidade americana, existe uma sensibilidade ali, que aos poucos acordava, a cada demonstração de fraqueza emocional de Celine.

Existem tantos momentos lindos neste filme... mas no começo, quando eles vão para a cabine da loja de discos para ouvir a música Come Here, de Kath Bloom é ESPETACULAR e de uma sensibilidade que nunca vi antes... realmente emocionante. E sintetiza, pra mim, o momento do sentimento mútuo entre os dois... que estava crescendo, começando. É lindo.


E hoje, revendo Antes do Pôr-do-Sol, quando os dois se reencontram 9 anos depois, quando Jesse, depois de escrever um livro de ficção de grande sucesso, baseado no dia mágico que viveu 9 anos atrás, eles começam a relembrar e refletir sobre os fatos passados naquele dia e no caminho que cada um seguiu ao longo dos anos... percebe-se que o amor não morreu, mas ao mesmo tempo... ambos sabem que o motivo disso não acontecer foi exatamente o afastamento de ambos, que não se reencontraram um ano depois do primeiro dia, conforme haviam prometido.
O final do filme é uma das cenas mais lindas, romanticas e singelas que já vi no cinema, quando Celine canta e toca no violão uma música que compôs para Jesse, de forma absurdamente natural, seguida de um relato de um show de Nina Simone.


Apaixonante, realmente... e mais que isso, leva à reflexão. Claro que todos temos ou já tivemos vontade de viver algo como eles viveram... mas como já disse, antes... o que eles viveram foram DOIS DIAS.... 
E eu fico na sensação ambígua de que o amor ideal não existe, mas ao mesmo tempo, que o amor perfeito acontece o tempo todo, desde que se dê o devido valor e mantenha os pés no chão...

Sei lá...


E foi muito bom ver os dois filmes com a minha querida vovó, que terminou com um sorriso no rosto dizendo: "Acho que eles ficaram juntos."


Recomendo então.

Antes do Amanhecer (1995)
Antes do Pôr-do-Sol (2004)
Dirigidos por Richard Linklater

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