quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O que é Kate Bush? (parte 3)


Um tempo depois de Aerial, Kate entrou num projeto novo: remixar suas próprias músicas. Ela já tinha feito isto com Wuthering Heights, como expliquei AQUI, mas desta vez resolveu pegar várias músicas de seus dois últimos álbums dos anos 90 The Sensual World e The Red Shoes e dar-lhes nova roupagem, ora mantendo seus arranjos mais significativos, ora refazendo totalmente uma canção, sempre substituindo os vocais, baixo e bateria. Surgiu então, em maio deste ano Director's Cut.

As mudanças mais significativas destas novas versões são os novos arranjos: com a participação de Steve Gadd, baterista extremamente experiente e dono de um curículo invejável (além de ter aulas com Dizzie Gillespie, tocou com Paul Simon, Frank Zappa, Paul McCartney, Bee Gees, James Taylor, BB King, Chet Baker, Eric Clapton, entre outros...). 


Steve Gadd
Kate sempre foi fascinada pelo seu trabalho, já que sempre valorizou os bons instrumentistas (coisa que muitos de seus fãs não fazem, infelizmente) e ficou muito feliz que ele concordou em participar do disco, porque ela sempre quis trabalhar com ele, mas não tinha a coragem para se aproximar. Ainda conta com o experiente baixista Danny Thompson. Quem entende uma pitadinha de música valoriza a importância de uma talentosa dupla baixo-bateria. Eu não entendo nada, mas adoro.

Danny Thompson
Pessoalmente acho que a "nova" voz de Kate combina perfeitamente com uma pegada jazzística. Sinto que durante estes anos ela absorveu algumas pitadas de jazz na sua arte. Discretamente, claro, mas tô sacando uma levada diferente no 50 Words for Snow, do qual Steve também participa. Mas isso é assunto pra outro  post.

Ela lançou o disco com a nova versão de Deeper Understanding, num clip viajandão, mas muito legal, com a participação do Robbie "Hagrid" Coltrane. O refrão foi regravado com a voz de seu filho Albert (Bertie para os íntimos ou pra quem ouviu Aerial), representando a voz do computador, que é o grande amigo do solitário  protagonista. 


Olha... eu ainda não GOSTEI do disco... vou ouvir mais uma vez, enquanto escrevo este post, clica no play e me acompanhe, se puder:


Flower Of The Mountain - A nova versão de The Sensual World é a minha preferida do disco. Na versão original, Kate queria utilizar trechos do livro Ulysses de James Joyce, mas não conseguiu a autorização. Então criou seus próprios versos. Nesta nova versão, ela conseguiu inserir as partes finais do livro, como sempre quis. Os antigos arranjos sensacionais foram mantidos (aqueles intrumentos de sopro), mas uma nova batida foi adicionada e a voz de Kate... ainda mais sexy que na primeira versão. Eu achei esta versão ótima. Não substitui a primeira, mas é muito boa. Adoro ouvir uma seguida da outra. 

Song of Solomon - esta musica é muito querida, pois foi uma das primeiras que baixei no AudioGalaxy em 2001, quando estava sedento pra saber mais sobre a Kate. A versão original tinha aquela interpretação adocicada e bastante emocionada de Kate, mas sua voz atual levou a música para outro nível, não melhor, nem pior, mas diferente... e funcionou como um cobertor em dias de frio. Embora tenha reduzido a força da voz de Kate na minha parte preferida (OOOH I'LL DO IT FOR YOU...), a participação do Trio Bulgarka foi realçada. Fiquei feliz com o resultado.

Lilly - Lilly nunca chamou muito a minha atenção. Sempre achei um dos pontos fracos do The Red Shoes. A nova versão ficou realmente mais rica, com os dois ótimos instrumentistas já citados. Mas ainda é ... Lilly.

Deeper Understanding - Tá muito bem feita. E o tema da música, embora seja de 1989, permanece atual: trata de pessoas que substituem as relações reais pela tecnologia. O resultado final da música é bom. A bateria é envolvente e me faz querer seguir até o próximo "ato" da música. Quando vi, já cheguei no final dos quase sete minutos.

Deluxe Version - Com Red Shoes e Sensual World 
remasterizados
The Red Shoes - este pra mim, foi um resultado infeliz. Tudo bem que o disco The Red Shoes não é tão inspirado como os outros, algumas músicas podem ser fracas, mas... a MÚSICA The Red Shoes pra mim, é um clássico. Já expliquei o porquê em posts anteriores... É perfeita. Arranjos, voz... tudo! 
PRA MIM, nada devia ser mudado. 
PRA MIM, foi como desenhar pintos de carteira de escola (com corretivo Toque Mágico) na cabeça da Monalisa.

This Woman's Work - olha... não precisa ser fã de Kate para adorar esta musica. Ela é perfeita. Uma das interpretações mais lindas e emocionadas da carreira de toda a sua carreira... Linda ao extremo... Foi e ainda é um clássico. Esta versão totalmente regravada, embora tenha uma atmosfera legal, com piano elétrico e Kate cantando como se estivesse levemente alcoolizada num fim de noite num canto escuro de um bar... é charmosa. Mas se for pra escolher... fico com a antiga. 

Moments of Pleasure - interessante releitura. Nunca gostei muito da versão original. Nada contra ela, mas só não gostava de ouvir mesmo. Mas reconheço que é uma bela canção. Os grandiosos arranjos de Michael Kamen foram substituidos pelo piano de Kate e uma atmosfera mais triste, com um belo coral. Ilustra sua nova pegada musical dela, eu acho.

Never Be Mine - outra música do The Sensual World que nunca ouvi muito, só quando queria sentir a atmosfera do The Sensual World como um todo (os discos da Kate tem uma atmosfera muito característica, é legal ouvir um álbum completo e sentir). Nesta, Kate tomou liberdade de alterar totalmente o refrão. Só não gostei da retirada dos arranjos e da diminuição do Trio Bulgarka. Talvez num outro momento eu volte a esta faixa e tente sentir outra coisa.

Top Of The City - Sempre gostei desta música. Kate raivosa no refrão e tal... esta nova ganhou em arranjos e perdeu em voz. Não que esteja ruim, mas perdeu a característica que eu mais gostava na música, que era a explosão no refrão. Fogos de artifício se tornaram faíscas. O que não deixa de ser bonito, também...

And So Is Love - sempre achei fraca, mas sempre gostei da letra e da interpretação... Não ganhou nem  perdeu muito. Mas a guitarra de Eric Clapton, foi mantida... ufa.

Rubberband Girl - apesar de ser uma das músicas mais simples do The Red Shoes, Rubberband era uma das minhas preferidas. Sempre achei divertida. Esta nova versão, pra mim, ganhou em ousadia. Não tem NADA A VER com a original... se tornou um rockinho básico e esta é a parte boa. Kate parecia estar se divertindo e experimentando no estúdio. Totalmente descompromissada. Mas não gostei. MESMO.

Corta, diretora! Corta!

No final... fica um sonho... Ao invés de REGRAVAR músicas, ela poderia ter juntado os músicos para uma jam session, sei lá... uma apresentação low-fi, mesmo que fosse um show pra ninguém! (tipo o Live at Pompeii do Pink Floyd)... seria muito mais legal ouvir estas novas versões ao vivo. Mas como ela disse em entrevista recente... ela é uma artista de discos. Ela adora fazer discos, adora o processo de fazer discos e bla bla blá... Quem é fã de Kate já se conformou com isso, mas...


KATE, ABRE UMA EXCEÇÃO E CANTA AO VIVO DE NOVO, VAI!?!??!
Pra terminar. Segue o clip de Deeper Understanding, com o queridíssimo Robbie Coltrane:



O especial Kate fica por aqui... O que vocês acharam do Director's Cut?

6 comentários:

thierry magdalena disse...

Oque mais me angustia nesse cd é a qualidade da gravação,edição e masterização.
Acho a produção toda equivocada.
Mesmo nas versões que gosto mais nesse cd como por exemplo TOP OF THE CITY e SO IS LOVE parece que kate gravou as vozes no banheiro. Tudo velado. Os timbres originais opacos. a versão nova de DEEPER UNDERSTAND eu odiava mas hoje amo,adoro. Mas as outras acho que ale a pena por ser uma lufada de ar fresco nos corações de nós fãs que sempre ficamos com o cantinho reservado dentro dele pra kate um tanto quanto empoeirado

André Gabeh Carvalho disse...

Oque mais me angustia nesse cd é a qualidade da gravação,edição e masterização.
Acho a produção toda equivocada.
Mesmo nas versões que gosto mais nesse cd como por exemplo TOP OF THE CITY e SO IS LOVE parece que kate gravou as vozes no banheiro. Tudo velado. Os timbres originais opacos. a versão nova de DEEPER UNDERSTAND eu odiava mas hoje amo,adoro. Mas as outras acho que ale a pena por ser uma lufada de ar fresco nos corações de nós fãs que sempre ficamos com o cantinho reservado dentro dele pra kate um tanto quanto empoeirado

Fábio Galdino disse...

Eu acho que houve uma melhora significativa na maioria das versões feitas. A mudança podereosa no refrão de "Moments of Pleasure","Never be Mine" ficou muito mais gostosa de ouvir, a versão nova de "This Woman's Work", cuja versão original nunca fui fã. A nova versão de "Rubberband Girl" ficou incrível, tirando os vocais, que parecem abafados. Gostei muito da nova "Lily" ela canta com mais paixão. "Top of the city", "Song of Solomon", "Flower of the mountain" tiveram pequenas melhorias. "The Red Shoes", prefiro a versão original. Antes ela tivesse regravado "Love And Anger". Agora "Deeper Understanding" pertence esta era, a nova seção no final melhorou muito a música, pois o final da versão original pareceu inacabado em comparação aa esta versão. O refrão mais inorgânico, os bips, pra mim, está é a verdadeira versão da música.

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